A história do maior suicídio em massa do mundo

A maior tragédia envolvendo civis americanos de antes do 11 de setembro: o massacre de Jonestown que aconteceu na Guiana. Para entendermos a história, devemos saber quem era Jim Jones e sua seita.

Quem foi Jim Jones

Jim Jones nasceu em Indiana no dia 13 de maio de 1931. Ele foi o fundador e líder do Templo dos Povos, um movimento religioso fundado em 1955 que misturava o cristianismo com políticas socialistas.

Templos dos Povos

Esse movimento teve seu auge com mais de 3 mil seguidores na década de 70 e criou várias sedes no estado da Califórnia, uma das sedes que mais ganhou notoriedade foi a de São Francisco. O grupo se mantinha com doações dos membros e de pessoas influentes, o movimento conseguiu até uma própria gravadora de discos. 

Para espalhar a palavra, eram utilizados caravanas e panfletos. Os alvos eram geralmente viciados em drogas e pessoas sem-teto.

A "pequena religião" dava ênfase para a igualdade racial e tinha mais de 80% dos membros afro-americanos. Embora as ideias do movimento parecessem pacíficas, boatos diziam que o líder tinha muitas atitudes autoritárias.

Em 1974, o templo conseguiu um pedaço de terra na Guiana, próximo à Venezuela. O plano era erguer o "Projeto Agrícola" do movimento e dar início a comunidade de Jonestown.

Jonestown

A pequena comunidade na Guiana fundada em 1974 já reunia 900 membros quatro anos depois. Agora, Jones estava com seu projeto agrícola em andamento. Ele começou a se referir aos Estados Unidos como o anticristo e relacionava o capitalismo como o sistema econômico do anticristo.

Boatos e denúncias contra Jim Jones agora eram mais expostas pela mídia, estas eram:
  • Tortura psicológica de privação de sono e de alimentos com os seguidores da religião
  • Ameaças físicas aos moradores
  • Exigência de 25% da renda dos membros da comunidade.

O cerco estava fechando e o líder da seita estava tentando segurar as pontas ao tentar fazer tratos com a mídia para manter a aparência da comunidade dando a ideia de que seria ótima e boa para se viver.

O massacre de Jonestown

Como as denúncias de Jones estavam vindo à tona, um ex-membro da seita chamado de Timothy Stoen acusou o líder de estar mantendo seu filho, John Victor Stoen, em cativeiro na comunidade de Jonestown. Timothy pediu para o congressista Leo Ryan que fosse buscar seu filho que estava com Jones.
O deputado federal Leo Ryan
Leo Ryan foi autorizado pelo Congresso dos Estados Unidos para ir à Guiana com repórteres da NBC. Ao chegar lá, Ryan foi bem recebido e até elogiou a qualidade de vida dos moradores de lá. No dia seguinte, alguns membros da seita queriam voltar junto com o deputado federal. Jones não ficou feliz com a situação e se referiu a eles como traidores.

Na tarde do mesmo dia, Ryan foi esfaqueado por um fanático da comunidade e teve que adiantar sua volta aos Estados Unidos. Como ele havia chegado de avião, eles se direcionaram à pista de pouso e enquanto esperavam o avião foram mortos por um guarda de Jim Jones. O deputado, três repórteres e uma ex-integrante da seita morreram no local.

A seita tinha um trato, nomeado por Jones como o êxodo, com a União Soviética para que todos os membros fossem morar e se estabelecerem nas terras Soviéticas. Mas com o assassinado do deputado o trato foi se anulou, deixando o grupo sem rumo.

Jim Jones percebeu que havia cometido um erro, já que o êxodo não iria acontecer e partiu para a pior solução que pode ter pensado: fazer acontecer um suicídio coletivo.

Os 909 habitantes foram noticiados que o êxodo não aconteceria mais devido à morte dos norte-americanos. Ele propôs o suicídio afirmando que agencias de inteligência como CIA conspiravam contra o Templo e que iriam "atirar em alguns dos nossos bebês inocentes, torturar nossos filhos, torturar alguns dos nossos membros, torturar nossos idosos".

Jones e outros membros reforçaram a ideia, quando as famílias começaram a gritar de desespero, o líder disse: "Parem com essa histeria! Este não é o caminho para as pessoas que são socialistas ou comunistas morrer. Este não é jeito que nós vamos morrer (em desespero). Devemos morrer com um pouco de dignidade."

As últimas palavras de Jim Jones foram: "Nós não cometemos suicídio; cometemos um ato de suicídio revolucionário para protestar contra as condições de um mundo desumano". As pessoas se suicidaram tomando suco de uva com cianureto e sedativos. Crianças tomavam primeiro e as famílias foram orientadas a ficarem deitadas juntas. 
Foto das pessoas que se suicidaram no dia
O líder da seita foi encontrado morto em uma cadeira de praia por conta de um tiro na cabeça. Um líder que pregava uma ideologia abusiva e seguidores fanáticos foram os ingredientes para que uma tragédia dessas acontecesse, nos resta agora uma dúvida: por qual motivo líderes de seitas como Charles Manson e Jim Jones manipulam pessoas de acordo com seus pensamentos?

Referências: [Wikipédia¹], [Wikipédia²], [Wikipédia³]

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